tag:blogger.com,1999:blog-3507743637255682842024-03-13T16:53:22.592-03:00O Menestrel Mudo"[...] Mudo não por condição física, mas por imposição social. Afinal, esta é uma era que não se importa mais com o que é dito, e sim com a maneira que se fala."Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-30107889077936291772012-10-22T16:56:00.000-02:002012-10-22T16:56:07.926-02:00Tia BentaRenatinho cresceu numa família comum. O padrão brasileiro. Mãe, pai, irmão, irmã, cachorro, vó, vô, vó. O outro avô ele não tinha. Este tinha falecido muitos anos antes de seu nascimento, vítima da cirrose hepática. Tomar café com conhaque todo dia de manhã tinha alguma consequência, afinal. Renatinho tinha também uma tia muito presente, a Tia Benta. Não era tia de verdade mesmo, irmã de sua mãe ou de seu pai. Era uma dessas 'tias de consideração'. Ela era amiga de seus pais, tios, avós... Todos amavam a dita cuja. E a relação parecia remontar a tempos tão longínquos que Renatinho nem atrevia-se a perguntar da onde todos conheciam a Tia Benta. Não é que ele não gostasse da tia velha, muito pelo contrário até. Ela era uma mulher muito boa, solícita, boa educadora (apesar de não ter os métodos mais psicologicamente complexos, ela normalmente preferia sentar vara de marmelo no bumbum dos meninos da rua ou então ameaçar todo mundo dizendo que eles iam pro inferno por terem quebrado o vidro do carro do Seu Manuel da venda com bola e terem fugido depois). Renatinho só não conseguia entender porque aquela tia era diferente das outras, das que ele gostava mais. Por que a Tia Benta vive aqui em casa dando ordem em todo mundo e a Tia Ednanci (que fazia os melhores doces) quase nunca vem? Isto ainda sendo a segunda parente de sangue mesmo.<br />
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O menino resolveu investigar. Investigou, mas não descobriu nada. Ninguém tinha um registro, ninguém tinha uma recordação. Todo mundo simplesmente aceitava a presença da Tia Velha que estava ali desde sempre. E foi justamente aí que o garoto enxergou sua oportunidade de se libertar das obrigações que tinha junto à tia. Se por um lado ninguém questionava a presença da Tia Benta, por outro, ninguém também se importaria se ele simplesmente se recusasse a fazer o que a velha mandava. Desde que ele não faltasse com o respeito (afinal, deve-se respeitar os mais velhos), ele poderia viver sua vida fazendo as coisas que ele tinha vontade, mas não podia fazer antes por ordens da tal tia de consideração.<br /><br />Vitória. Renatinho finalmente ia poder brincar de bola domingo de manhã, ao invés de ir à missa da igreja chata. Agora ele ia poder namorar com a filha da vizinha no corredor e também ia poder ser amigo do Ricardo, o menino afeminado da rua de cima (mas que tinha os melhores videogames). Ele ia poder comer doce até não aguentar, ia poder ler as revistas em quadrinhos que quisesse e ia poder gritar um sonoro palavrão quando chutasse sem querer o asfalto e arrancasse o tampo do dedão (desde que a mãe não escutasse). Parecia um estilo de vida mais livre, com mais experiências, menos medo e menos ressabiamento de tudo. Renatinho gostou.<br /><br />Hoje, Renato nem nota mais a presença da tia nos cantos da casa. Geralmente, ele só se lembra da Tia Benta quando ela junta todo mundo pra rezar nas festas de natal e em algumas outras cerimônias de família como batizados ou casamentos. Ironicamente, o 'santo' dele não bate com o dela. Mesmo assim, ele entra na roda, por respeito.Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-60345715772428626912012-05-05T10:22:00.001-03:002012-05-05T10:22:59.247-03:00TestamentoDeixo aqui expressa a minha vontade de que nenhum dos meus bens seja transmitido a nenhum parente, amigo ou interesseiro. Levo tudo que é meu por direito dessa vida para além.<br />
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Minha falta de confiança e de certeza, cunhadas com muito esforço por todas as vezes em que fui julgado certo e confiante demais. Também meus medos e aflições, e meus sonhos e aspirações, estes trancafiados em um baú de coisas que não importam nas canções. Não vou deixar pra trás nem minha racionalidade, tão racionada ao longo da curta vida.<br />
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Tudo o que eu conquistei não há de ser deixado para ser mal aproveitado por nenhum de vocês. Saio assim da vida para entrar no esquecimento, que é a história da escória.<br />
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Aos parentes, peço que entendam.
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Aos amigos, peço que entendam.<br />
E a você, meu amor, não peço nada não.Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-13142994941348194182012-04-02T17:57:00.006-03:002012-04-02T18:14:08.254-03:00Enquanto isso em Goiás...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTpH0v2ghv_DrHJvjEeiNpdvdAo4eRF61ISlY731QvJ7p2dI9m_Vb1QUHjkNhOQfsUxQEK-Ntr8piO_qNI57NA8V9kn7qXJg1bSzkkD-l1dVIC_kUD51xSXzc_AbLx04yyFYBt4J5lSiA/s1600/get_img.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 293px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTpH0v2ghv_DrHJvjEeiNpdvdAo4eRF61ISlY731QvJ7p2dI9m_Vb1QUHjkNhOQfsUxQEK-Ntr8piO_qNI57NA8V9kn7qXJg1bSzkkD-l1dVIC_kUD51xSXzc_AbLx04yyFYBt4J5lSiA/s400/get_img.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5726910633416005506" /></a><div><span>Não tenho com esse texto a intenção de criticar vazia e já tão repetidamente os tais 'revolucionários de redes sociais'. Acredito mesmo que a era da livre informação que vivemos graças ao advento sensacional da internet (e de suas mídias digitais) é fundamental para a mudança que todos pelo menos dizemos querer no modelo de gestão pública. E uma simples confirmação de presença no evento que eu batizo aqui de 'Occupy Civic Square' já é um fruto minimamente relevante nesse processo. É um movimento coletivo onde um pequeno gesto individual pode ser parte integrante de uma revolução comunitária imensa.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Mas a maneira como nos organizamos e pensamos enquanto organismo coletivo ainda é muito errada. Não é saudável nos deixarmos ser tão facilmente manipulados por qualquer disseminador de conhecimento. E não estou falando somente da Revista X ou do 'Jornal N', pois como disse no primeiro parágrafo, esta é uma era em que qualquer um pode produzir e veicular conteúdo gratuitamente. Estou me referindo mais especificamente às lideranças esquerdistas que estão vivendo um verdadeiro momento de apogeu, onde ao invés de zines ultrapassados ou pichações no muro da faculdade, utilizam como meio de veiculação para suas ideias o espaço sem regulamentação e com atenção quase total do público que é a internet.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Não nos rendamos ao estado de histeria coletiva. Não nos configuremos em uma turba que compra ideais sem nem mesmo digerí-los. Formemos nossa própria consciência baseando-nos no que vemos, lemos e principalmente nas nossas próprias experiências de vida. Porque senão estaremos tão somente trocando as lideranças que gerem os recursos públicos segundo os próprios interesses, seja ela de direita, esquerda ou 'centro-ambidestra'. Sair para marchar nas ruas com a cara pintada ou nariz de palhaço já estava sendo feito em 92, duas décadas atrás. Aliás, gente morreu metralhada fazendo isso na Rússia há quase um século. Vamos utilizar nossa maior disponibilidade de recursos e de informação de maneira mais interessante e inovadora, para variar. Vamos pensar com mais abrangência, vamos educar melhor, vamos votar melhor. E quando eu digo 'votar melhor', não estou falando de simplesmente deixar de votar no Marconi Perillo, até porque duvido que o contrário ainda passe pela cabeça de alguém que chegou até esse ponto do meu artigo.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Se é pra comprar todo e qualquer tipo de papo anti-governo, lembremos-nos de que em 2002, quando a maioria de nós não passava de um jovem preocupado em comemorar o penta mundial da seleção de futebol, o polêmico Jorge Kajuru estava fazendo denúncias muito mais sérias do que as envolvendo o drama prolongado da Operação Monte-Carlo. Mesmo assim o que fizemos? Re-elegemos o Marconi para cargos de importância federal pelo menos em mais umas 2 ocasiões (inclusive como um dos senadores mais votados da história do Brasil). Claro que não estou defendendo a idoneidade ou irrefutabilidade de provas presentes no documento redigido pelo dono da extinda Rádio K, mas vale lembrar que na dedicatória do dossiê, antes mesmo de seu prefácio, Kajuru escrevia:</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>"Desafio os bajuladores de palácio a escreverem um livro que desminta tudo aqui escrito e provado. Mas apresentem documentos."</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Eu sigo esperando.</span></div><div><span>Não é difícil encontrar o Dossiê K disponibilizado gratuitamente online. Ao contrário de alguns estudantes da UFG, que tiveram de ser coagidos por PM's presentes ilegalmente no território federal do Campus Universitário, você pode facilmente adquirir (de graça) e ler seu exemplar digitando 'Dossiê K' no grande google.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Fora de qualquer discussão acerca dos famigerados 'tentáculos de Carlinhos Cachoeira', até porque não concordo com a repercussão e combate exacerbado aos envolvidos nesse escândalo, deixo aqui a minha curta reflexão política. Lembrando que ainda sou apenas um estudante de Publicidade e Propaganda que sabe escrever razoavelmente. Vocês podem livremente concordar comigo, ou não. Até prefiro que discordem, porque o comum acordo nunca gerou mudanças e engrandecimento para ninguém. Eu não confirmei minha presença na Occupy Praça Cívica, não coloquei foto com nariz de palhaço e, se eu fosse parte dos eleitores que costumavam votar no senador Demóstenes Torres, não deixaria de fazê-lo em virtude desse caso vendido. Mas isso eu não quero discutir aqui não.<br /><br />Arthur Oliveira Moraes<br />02/04/2012</span></div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-6080510563843705622012-03-29T20:12:00.005-03:002012-04-02T18:15:31.474-03:00Sem Figura & Sem FinalPegou uma folha de papel.<br />Tentou escrever e só conseguiu rabiscar.<br /><br />Só conseguia pensar em poemas metalinguísticos ou contos fajutos daqueles com um ponto de virada tão estrategicamente colocado no momento esperado, contradizendo-se, portanto, em essência.<br /><br />"Que tal se eu desembestar a escrever um livro sobre o próprio processo de criação do livro?"<div>- A tal da metalinguagem emergiu de novo para o lembrar do Woody Allen. Não gostava de Woody Allen. Não queria estilhaçar a sua própria quarta barreira.<div><br /></div><div>"E se eu começo a trabalhar num roteiro em que um porteiro de edifício finge ser um detetive particular? Daí ele começa a coagir os moradores do condomínio anonimamente, tendo em mãos informações privilegiadas que só um porteiro pode ter?" </div><div>- Só a escrita daquela sinopse cotidiana parecia um retrato da feição ruiva dos irmãos Cohen. Onde iria encontrar seu estilo? Onde iria registrar sua marca? Certamente não ali naquela ideia de autoria tão clamada por terceiros.</div></div><div><br /></div><div>"Já sei! Aliens Zumbis! Ninguém nunca fez nada de Aliens Zumbis! Já pensou o potencial de um crossover de Ridley Scott com George Romero?"</div><div>- Pfff... Riu da imbecilidade da própria ideia. Que droga viver em um mundo onde a forçação de barra por propostas originais acabam por resultar nessas piadas: Alienzumbis, francamente.<br /><br />Devia ver menos filmes.</div><div>Talvez aí chegasse ao ponto de misturar suas referências na medida certa, surgindo com algo que pelo menos convencesse uma certa originalidade.</div><div>Talvez aí parasse de achar que tem de, obrigatoriamente, ser ou o mocinho de coração partido ou o cafajeste sem nada a ser rachado.</div><div><span style="font-size: 100%; ">Talvez ele fosse um coadjuvante. </span></div><div><span style="font-size: 100%; ">Talvez ele fosse um figurante. </span></div><div><span style="font-size: 100%; ">Talvez ele não fosse nem mesmo o roteirista.</span></div><div><span style="font-size: 100%; ">Talvez ele fosse só alguém que lê o roteiro da maneira esperada, com a entonação e pontuação idealizadas.</span></div><div><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div><span style="font-size: 100%; ">Ninguém se imagina como figurante da própria vida. Todo mundo pensa em si como um herói digno de registro. E hoje, ainda que ele não o fosse, deixaria registrado em forma de texto misto a ideia de que sim; o era.</span></div><div><br />De repente, constatou que até mesmo o conto que estava escrevendo não passava da soma de duas reflexões textuais lidas mais cedo no mesmo dia, de autoria de qualquer dupla de colegas blogueiros. Desistiu de forçar a tal imagem de heroísmo e parou de escrever sem nem mesmo conclu</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-41818809563634828362012-02-23T06:41:00.000-02:002012-02-23T06:42:57.362-02:00Sobre Amor em Mídias Digitais<span >Pelo afeto, inquieto, hei de ter decência. Pois que sejas constante sem perder efervescência, tal qual faça ofensivas sem perder cadência.</span>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-8914997703704653802012-01-20T23:23:00.004-02:002012-02-21T23:32:01.340-02:00Meus pensamentos avulsos em 20 de janeiro de 2012.<div>A internet: como explicá-la? </div><div><br /></div><div>Como é a maneira certa de utilizar essa ferramenta? Como ela deve ser legislada de modo a não desrespeitar leis e convenções que vão desde o recentemente famigerado direito autoral à pedofilia e perseguição de assassinos de yorkshire? Quem deve decidir se o fato da Luiza ter ou não voltado do Canadá é digno de ampla propagação? Até onde um compartilhamento do Facebook pode tirar manifestantes do Occupy Wall Street da cadeia ou fazer o governo paulista retirar as tropas da PM dos campi da USP? </div><div><br /></div><div>Quando foi que um grupo anônimo e mascarado passou a ter o apoio incondicional da classe média padrão, sempre "tão preocupada" com as questões pertinentes na s<span style="font-size: 100%; ">ua timeline? Nessa enfadonha "3° guerra mundial", de que lado devemos ficar? Qual é o nosso papel nessas batalhas? Devemos ficar nas trincheiras, observando e formando senso crítico apenas? Devemos ir para o campo de batalha? Ou ainda, devemos ser reles munição, bucha de canhão que apoia um grupo de super-heróis virtuais, de vigilantes mascarados, numa alegoria perfeita dos personagens da Marvel ou DC, relida em pleno século XXI?<br /><br /></span></div><div>Eu não trago respostas porque não as tenho. Nem eu, nem você, nem o congresso norte-americano, nem o Carlos Nascimento, nem os artistas contra-usina de Belo Monte, nem o 'cara do Megaupload', nem o Anonymous, nem o Guy Fawkes, nem o 'cara do Wikileaks', nem, é claro, a Luiza que está no Canadá e nem ninguém! Somos todos semelhantes e o que faz alguns de nós termos menos poder do que os outros é a burrice instaurada pelo estado de histeria coletiva cada vez mais presente nas redes sociais, e que alguns sabem controlar muito bem.</div><div><br /></div><div>Eu entendo que todos tentem o que julgam melhor dentro da su<span style="font-size: 100%; ">a própria esfera de poder, mas sendo o anarco-socialismo o estado utópico e ideal da sociedade contemporânea, a internet não funciona como um laboratório perfeito para isso? Um ambiente até então, pelo menos, sem líderes, sem censura, onde todos têm relativamente a mesma capacidade de propagação de ideias, onde em tese não precisaríamos de um grupo cracker criminoso para nos defender da própria justiça... Talvez ela sirva para entendermos como essa sociedade funcionaria, de modo que esse estado deixaria de ser tão utópico assim, certo?</span></div><div><br /></div><div>Por hora, deix<span style="font-size: 100%; ">emos os Anonymous trabalharem, deixemos as Luizas irem e virem de onde quer que estejam, deixemos o BBB 12 acontecer e ser discutido, deixemos os memes viralizarem e depois desaparecerem (como todo bom vírus) e utilizemos a internet cada um à nosso própria maneira. Eu, por exemplo, me limito a tentar ver tudo o que acontece resistindo para não comentar nada, assim não entrando numa dessas batalhas sem fim que eu acompanho por aí. Assim, me parece mais seguro. Assim eu não perco a razão.</span></div><div><br /></div><img src="http://www.philipcoppens.com/vendetta_07.jpg" border="0" alt="" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 400px; height: 316px; " /><div><br /></div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-52355199603924535032012-01-13T16:08:00.006-02:002012-01-13T16:16:23.060-02:00Poesia Goiana<div>No pouso plano em plena alvorada</div><div>Pra mais além de terras queimadas</div><div>O sol, em brasa, arde sem tato</div><div>Onde resta um pedaço pouco de mato.</div><div><br /></div><div>Uma porção de céu e mata rala</div><div>De um gentílico de rara fala</div><div>Que algum, de certo estava enganado</div><div>Achou por bem chamar de cerrado.</div><div><br /></div><div>'Arvoricas' que guardam abraços</div><div>Com parvos e retorcidos braços</div><div>Seja para acolher os que de muito voltaram</div><div>Ou para receber os que mais longe chegaram</div><div><br /></div><div>E a recompensa vale a pena</div><div>Mesmo a alma sendo pequena</div><div>Pois a terra, sem choro nem vela</div><div>Cuida logo de engrandecê-la</div><div><br /></div><div>Com seus Montes Claros, Morrinhos e chapadões</div><div>Com as suas praças, de violeiros e aviões</div><div>Na relva de 'buritis alegres' e verdejantes</div><div>Brotam mil pequizeiros a saudar os viajantes.</div><div><br /></div><div>Goiás, terra das águas, de Caldas Novas e senis</div><div>A corta o Araguaia de peles morenas febris</div><div>Velho Goiás de Pirenópolis e Cora</div><div>Também das duplas que todo o Brasil adora.</div><div><br /></div><div>Paranaíba e Anhaguera de ribeirões flamejantes</div><div>A Bela Vista que recai em buritizais sussurantes</div><div>Interior de sotaques de um povo sofrido e forte</div><div>Quilombolas do Tocantins, o irmão mais novo do norte.</div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre; "> </span></div><div>Mendonça Teles, Chico Camargo, Tigre da Vila</div><div>Serra Dourada feita de pedras e 'Maravilhas'</div><div>Rio Verde, Vermelho ou de águas tão cristalinas</div><div>De onde bebem Verde da Serra e Dragão das Campinas.</div><div><br /></div><div>Goiás de noite estrelada, de cavalgadas e arreios</div><div>De bandas e Cavalhadas, de 'bicicletas sem freios'</div><div>De Flamboyants, Bougainvilles e Ipês de flor amarela</div><div>E da santíssima Trindade, de santuário e capelas.</div><div><br /></div><div>Voltando carente à cidade que é sempre quente</div><div>Num dia que alivia com pingos de chuva fria</div><div>Em tempos modernos de versos tão avérneos</div><div>Sobre amores comuns, embora ainda ternos</div><div>Tal qual fez Tom, não com Helô, mas com Ipanema</div><div>Me perdi em meio às curvas do meu próprio tema</div><div>E assim, lá se foram trezentos quilômetros de goiás rabiscados nesse poema.</div><div><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWGIxs3Xyi64-lVIOHWFAlxrLKNtrkAKmyHro6_nfeDl-EN_zluLPK4XGI-P2Jc9xgZOL8qbnvAt7NG9F_5ZN52ge70F-erd0s3nfdUaceXIkUAq4JwC-tKYnPy79kVo6R8pZSmzlhgWQ/s1600/buriti01.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 274px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWGIxs3Xyi64-lVIOHWFAlxrLKNtrkAKmyHro6_nfeDl-EN_zluLPK4XGI-P2Jc9xgZOL8qbnvAt7NG9F_5ZN52ge70F-erd0s3nfdUaceXIkUAq4JwC-tKYnPy79kVo6R8pZSmzlhgWQ/s400/buriti01.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5697181422740292194" /></a>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-23159833158388813662011-12-25T02:33:00.002-02:002011-12-25T03:05:59.131-02:00Conto de NatalNa 24° noite do 12° mês, Sérgio estava sentado à beira da piscina esperando alguém ligar. Apenas 16 anos e um pouco mais de 16 amores iludidos. Ensaiou alguns acordes no violão de cordas de nylon. "Corda de nylon é tão bossa nova", ele gostava de pensar. Não condiz com a imagem rebelde de cabelo sujo tão em voga na turma. Sérgio não tinha nenhuma identidade falsa pra poder entrar na festa de natal da boate do centro. Também não tinha nenhum parente na capital. Seus amigos todos estavam com suas famílias e os colegas de rep estavam no interior, mas ele tinha escolhido ficar na cidade com sua namorada. Ex-namorada, agora que ela está dando pro Diego Loyola do 3°E. Cansou da frequência da corda Mi e passou a palhetar exclusivamente o La. Quase achou graça quando percebeu que o 'tuu' do telefone é um La.<div><br /></div><div>Ninguém tinha ligado ainda. Nem mesmo um SMS.</div><div><br /></div><div>Sérgio pegou a carteira e foi ver como as coisas estavam na rua. Tava tudo bem parado. De vez em quando passava um carro com um motorista visivelmente embriagado. "Porque as pessoas bebem tanto no natal?". Ele preferia beber em qualquer outra noite do ano que não aquela em que ele fica conversando com a vó Nicinha. Se bem que podia ser esse o motivo: as pessoas bebem pra aguentar a chatice alheia.<br /><br />Sérgio estava cruzando a avenida Marechal Deodoro quando um Vectra cinza derrapou em um saco de lixo estourado que sujava a pista. Provavelmente era fruto da inadimplência de algum catador de lixo que, apressado para chegar em casa e ter tempo de assistir o especial de natal do Shrek bebendo vinho Mioranza com a esposa e 3 filhos, não voltou para buscar o saco que caiu de suas mãos. Sérgio até entendia, ia ser foda o cara voltar pra pegar o saco caído e depois ter que correr atrás do caminhão de lixo naquela noite fria em que cada inspirada parecia cortar narinas, garganta e pulmão.</div><div><br /></div><div>A vida de Sérgio não passou relampejando em sua cabeça. Ele teve tempo de pensar em tudo isso que foi escrito, mas foi só. Não lembrou de quando era criança nem nada. Não pensou em nenhuma das pessoas que não ligaram pra ele na noite de natal. Honestamente, na hora ele tava mais ocupado pensando no pacotão de contratações do São Paulo. Acabou que ele morreu mesmo pensando se o Cortês tinha sido uma boa contratação para o Tricolor ou não. Este motorista não estava bêbado. Era um senhor de camisa azul clara.<br /><br />Enquanto os paramédicos constatavam que não restava nada a fazer, um monte de mensagens e alertas de chamadas perdidas começaram a chegar no celular de Sérgio. É que as operadoras ficam bem sobrecarregadas na noite de natal.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-18394295084491034662011-12-22T20:52:00.005-02:002011-12-22T21:18:57.252-02:00Juras a ti, ó amada metalinguagem!Tenho escrito muito pouco<br />Tenho estado meio rouco<br /><div>Sendo taxado de louco</div><div>Por gente que não me interessa.<br /><br />Já não mando mais mensagem<br />Já não faço homenagem</div><div>Me dou mal na vadiagem</div><div>Mas leio o que ela confessa.<br /><br />Não vejo mais nenhum charme</div><div>Em resmungar com alarde</div><div>Em escrever ao desarme</div><div>Me contento com essa peça</div><div><br /></div><div>Não conto sílabas anônimas</div><div>Não procuro versos homônimos</div><div>Melhor ser assim tão lacônico<br />Amando figuras de linguagem.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-89420353611793356362011-10-16T19:35:00.007-02:002011-10-17T10:18:39.256-02:00Fake Plastic FriendsAmigos de mentira - não me referindo a amigos falsos ou amizades por interesse. Estou falando de pessoas de mentira mesmo. Personas incorporadas em avatares de carne e osso cujas personalidades e ideologias estão muito bem salvas em discos rígidos e contas virtuais. Essa síndrome de internet e redes sociais acomete tanta gente que eu me pergunto aqui, numa paradoxal forma de catarse: é realmente válido tentar ir contra essa tendência onde os profiles compensam o fracasso de suas relações sociais, profissionais e amorosas com uma imagem bem construída perante à comunidade virtual?<br /><div><br /></div><div>Essa geração 'ípslon' que cresceu com esses preceitos fundamentais de popularidade e 'coolness' virtual em detrimento de qualquer outro valor me parece ser um caminho sem volta. O jeito é evitar desapontamentos com as reais personalidades das pessoas se mantendo em casa no twitter ao invés de tentar a sorte lá fora nessa versão moderna do que era a assustadora selva pré-histórica. Os perigos da decepção não podem ser arcados por esses personagens tão seguros em suas poltronas ortopédicas munidos de seus smartphones e laptops de última geração.</div><div><br /></div><div>É contrato social. Todo mundo sempre tentou passar alguma aparência pra conseguir algum status. Não foi o Marck Zuckerberg quem inventou essa relação bacana. Mas é inegável o quanto as redes sociais e afins fortificam essa experiência de Marketing Pessoal. Self-Branding. É uma lição mais valorosa do que qualquer disciplina de comunicação pode te dar! Cada indivíduo presente no facebook (ou_insira_aqui_a_rede_social_da_moda) cria uma marca a ser defendida sobre todas as coisas. Esse é quem você é. Esse é quem você se tornou. Arthur Moraes<span class="Apple-style-span" style="color: rgb(34, 34, 34); font-family: arial, sans-serif; line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; ">™</span></div><div><br /></div><div>O virtual agora é o real. Não existe Matrix. Não existe Zion.</div><div><br />Não parem de ser assim. Continuem sendo na vida real quem vocês são no mundo virtual acima de qualquer coisa. Acima até mesmo de quem vocês são por essência.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-65038989683004404282011-09-30T09:22:00.005-03:002013-01-20T22:40:07.711-02:00(parênteses)Eu sei como acontece<br />
<div>
Duas dúzias de dias contados me separam do próximo passo</div>
<div>
Um parênteses de anedota posto no meio do texto mais áspero.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eu olho ao redor</div>
<div>
Todos parecem se comportar do mesmo jeito</div>
<div>
Mentira e remorso disfarçados de respeito</div>
<div>
Pedidos de desculpa que no final são aceitos<br />
Mas será mesmo disso que eu preciso no peito?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Todas as frases não fazem mais fáceis</div>
<div>
Os dias em que fomos menos amáveis<br />
Os versos mais bobos, as notas mais belas</div>
<div>
Como eu queria ter escrito mais delas<br />
Me faltava inspiração, me sobrava cautela.<br />
<br />
Não importa o quão resistente seja o cristal</div>
<div>
Eu sempre pareço dar um um jeito de quebrá-lo ao final<br />
E eu sei como acontece.<br />
<br />
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5658152186338263650" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgJBKdJSpPW6FJzynhsvVibzxP1Y-dteoh9jQUam3E2BuFbLItzEIA57TNfxTHXFTNCOhGq3QYRTEZ2Zov51h4RuoTaQwzFEQ4vLHJkY0lkFktcOtndT0xXAPzhbmJDGCSSUxbBVtSoJE/s320/1.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 245px; margin: 0 10px 10px 0; width: 320px;" /></div>
Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-4666944896515359962011-09-12T14:14:00.003-03:002013-01-20T22:41:27.949-02:00CriseQuando você não consegue pisar no freio a tempo.<br />
Quando você não consegue performar uma manobra evasiva.<br />
Quando você não consegue mais fazer a curva e sair pela tangente torna-se a única opção.<br />
<br />
Quando o peso da água sob seus ombros faz sua estrutura óssea desmoronar.<br />
Quando as vozes amigas parecem grunhidos ouvidos por quem está no fundo da piscina.<br />
<div>
Quando o espectro de luz vindo da superfície se mistura à escuridão de todo o resto do caminho.<br />
<br />
Quando os gritos revolucionários não te fazem mais tanto sentido quanto faziam no ensino médio.<br />
Quando as coisas pequenas se tornarem os grandes potes de ouro no final dos arco-íris que são seus relacionamentos, feitos, carreira.<br />
Quando as listras coloridas desses arco-íris forem apenas tons de uma paleta cinza.<br />
<br />
Quando sua mochila estiver carregada e pesada demais para você conseguir viajar pela europa.<br />
Quando todas as suas ideias parecerem um remix.<br />
Quando todas as ideias do mundo parecerem um remix.<br />
<br />
Quando você não conseguir buscar inspiração para responder ao menos 3 "eu te amo" diários.<br />
Quando nem pelas coisas com as quais outrora você sonhava, não conseguir fechar o laptop e levantar-se do sofá.<br />
Quando você estiver cansado de ser pego no emaranhado das vidas das outras pessoas.<br />
<br />
Quando você não tiver ideias de livros para escrever, filhos para criar ou mudas de árvore para plantar.</div>
Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-6278501572248362962011-08-19T10:55:00.002-03:002011-08-19T11:14:30.446-03:00[...]<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px;"><div><div>You never knew </div><div>Well I never told you </div><div>Everything I know about breaking hearts </div><div>I learned from you, it's true </div><div>I've never done it with the style and grace you have </div><div>But I've made long term plans </div><div>Based on these mistakes</div></div></span></span>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-7851491678213479282011-07-07T08:40:00.003-03:002011-07-07T08:59:13.160-03:00Recortes da Minha MeninaEla é minha menina<div>E eu sou o menino dela</div><div>O corpo dela é testemunha</div><div>De todo o bem que eu faço a ela</div><div><br /></div><div>Ela é tão Chico Buarque</div><div>E eu vou descendo essa ladeira</div><div>Desgovernado no seu rumo</div><div>Só quero que você me queira</div><div>Não leve a mal.</div><div><br /></div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-59852484757148284382011-06-01T11:04:00.002-03:002011-06-01T11:18:28.581-03:00Seguro Contra Terceiros<div>Meu seguro é a falta que eu te faço<br />Meu lugar é nesse vão ancorado</div><div>Seu lugar é qualquer ao meu lado</div><div><br /></div><div>No meu copo cheio de vazio</div><div>Duas doses diárias de você me faltam</div><div>Medidas profiláticas, hoje, não me bastam</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-37910247873403508072011-05-11T08:37:00.002-03:002011-05-11T09:13:49.908-03:00Sobre Um Amigo ApaixonadoHoje eu levantei sem acordar. Numa tentativa desesperada de ser meu próprio psicólogo, escrevi um par de linhas que não convenceriam nem a minha mãe. Pensei em algumas conversas fiadas que eu provavelmente nunca vou ter a chance de experimentar. Enfim, tentei através de um joguinho de letras, dar corpo a um drama que na verdade nem existe. <div><br /></div><div>Das suas razões não ouso discordar. Conselhos eu também não tenho para dar. Aliás, eu não tenho nada além desses joguinhos, logo eu que tanto odeio e não sei jogar. Comecei minha semana com o pé esquerdo e como posso eu servir de consolo, ser conselheiro do amigo que parece ter problemas maiores do que os meus?</div><div><br /></div><div>Eu não sirvo de parâmetro, não compreendo o diâmetro do que sentem os demais. Só entendo que, como é rotina e rotatório, Penny Lane is in our ears and in our eyes.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-9960733586549656782011-04-25T14:59:00.003-03:002011-04-25T15:16:10.741-03:00[há tempos não me escrevo. há tempos não te leio. há tempos eu não sou perseguido pelo seu fantasma branco-prateado nos meus sonhos lúcidos e lembranças lúdicas. não tento mais te impressionar com proparoxítonas. não quero mais te pressionar com promessas versus dívidas.<div><br /></div><div>e mesmo assim, depois do nada de meses, depois de todo o sangue que cuspi pra te expurgar do meu corpo, um encarar momentâneo é o suficiente para um par de sonhos que agora mais parecem pesadelos e duas estrofes, sim, cheias de rancor mas, ainda, cheias de pesar.]</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-62331121830998749062011-04-02T21:43:00.004-03:002013-01-20T22:49:50.941-02:00Ode To Michael Caine<br />
Me and my friend Michael Caine were hangin' downtown<br />
<div>
<div>
Another day, another place, we're gonna put it down</div>
<div>
The night is childish but we're grown ups and it doesn't really matter how late we stay out of bed</div>
<div>
I got my booze, got my friend Michael, I will bend you over, let's dance red-haired</div>
<div>
<br /></div>
<div>
For moments of hope or despair</div>
<div>
Count on him, he'll be always there</div>
<div>
You can rely and trust</div>
<div>
You may, you might, you must</div>
<div>
He'll never let you down until you're dead</div>
<div>
No need to sleep, no need to care</div>
<div>
<br /></div>
<div>
But the red-haired girl had a gold engagement ring around her finger</div>
<div>
She told her boyfriend was there with her and, also, was a rugby winger</div>
<div>
Well, I must admit I was freaked out my Michael Caine was there to help me get my senses back</div>
<div>
He made me brave then I grabbed the first green-bottled beer I found and smashed it on the sucker's head</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
For moments of hope or despair</div>
<div>
Count on him, he'll be always there</div>
<div>
You can rely and trust</div>
<div>
You may, you might, you must</div>
<div>
He'll never let you down until you're dead</div>
<div>
No need to sleep, no need to fear</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
I don't wanna get old</div>
<div>
I don't wanna feel cold</div>
<div>
I'm no longer as bold</div>
<div>
As I once used to be</div>
<div>
<br /></div>
<div>
I got quickly dragged</div>
<div>
I got easily trapped</div>
<div>
An invisible net</div>
<div>
Caught me just like a fish</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Michael got back to England</div>
<div>
As a knight of the kingdom</div>
<div>
Left me stucked here in this land</div>
<div>
With no fame and no cash</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Now I'm no longer friends with Michael Caine</div>
</div>
Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-65294261421183468752011-03-18T18:35:00.001-03:002011-03-18T18:41:05.646-03:00Atlas Schindler<iframe title="YouTube video player" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/JhWw-KO8z5I?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><br /><div><br /></div><div>Compassos no ar</div><div>Eu ouço se aproximar</div><div>O som do salto no mármore do sétimo andar</div><div><br /></div><div>Vai me perguntar</div><div>De qualquer jogo de azar</div><div>Do clima, tempo, da bolsa de São Paulo ou NASDAQ</div><div><br /></div><div>Da alta no preço do pão</div><div>Tsunami no Japão</div><div>Ou da novela das oito</div><div>Quem é mesmo o vilão?</div><div><br /></div><div>Mas nos dois metros quadrados</div><div>De bossa nova cercados</div><div>No frio de ar condicionado</div><div>Olhamos ambos pro chão</div><div><br /></div><div>Se eu pudesse acionar a emergência, apertar o botão</div><div>(the red one in the top)</div><div>Eu cantaria, à capela, dois versos, aliás toda a canção</div><div>(i wrote to make you hop)</div><div>A parede de vidro refletindo o vestido</div><div>Curto e bem colorido destacado do resto</div><div>Me faz querer ir subindo além do décimo-quinto</div><div>Romper pro céu e sair voando pelo teto</div><div>Igual o Willy Wonka</div><div><br /></div><div>Oito horas de luto</div><div>Essa jornada é um culto</div><div>De espera pelo minuto</div><div>Em que descendo ao térreo</div><div><br /></div><div>Ele me olhando calado</div><div>E eu sorrindo de lado</div><div>O Tião do almoxarifado</div><div>Entra e quebra a tensão</div><div><br /></div><div>Um dia de espera a mais</div><div>Pra entreolhar o rapaz</div><div>Sentado no canto sul do elevador social</div><div><br /></div><div>Mas num bimestre difícil</div><div>Cortaram no edifício</div><div>Gastos com ascensorista</div><div>E profissão do passado</div><div>Que não seve pra nada</div><div>E foi pra rua um coitado</div><div><br /></div><div>Não vai sair no jornal</div><div>Não vai passar na TV</div><div>É só mais um da classe C que vai ficar sem emprego</div><div>No elevador social</div><div>Eles não vão mais se ver</div><div>E assim, 'lição aprendida', não calo mais por medo</div><div><br /></div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-7093314185629810832011-02-21T19:26:00.002-03:002013-01-20T22:50:28.282-02:00Simetrias Irregulares<div>
Pedras e Pedros que me impedem de alcançar</div>
<div>
No fim do arco-íris, a íris gris do seu olhar</div>
<div>
Já não te vejo, não te escuto ao meditar</div>
<div>
Mas em rostos cortados de cartazes políticos</div>
<div>
Em sobras de noites em bares atípicos</div>
<div>
É a sua memória, branco-prateada</div>
<div>
Eu de pé, você sentada</div>
<div>
Você com tudo, eu sem nada</div>
<div>
Nado de costas para à costa chegar</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quantos corpos você contou depois</div>
<div>
Do meu, eu penso enquanto a dois</div>
<div>
Com o remorso de quem sente</div>
<div>
Tantos copos de uma bebida amarga</div>
<div>
De féu, descer pela garganta larga</div>
<div>
Eu faço o fácil a quem me tente</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ao fingir fugir daquele lugar</div>
<div>
Eu me senti fracassado ao tentar</div>
<div>
Me esquecer de como exaure lutar</div>
<div>
Pra te convencer a se contentar</div>
<div>
Mas contente é quem sente cortar</div>
<div>
O vento lento que sopra do mar</div>
<div>
Da Argentina</div>
<div>
Da menina</div>
<div>
Eu só espero que me espere voltar</div>
Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-4573885636384475482011-01-21T17:49:00.002-02:002011-01-21T17:54:18.739-02:00Ezekiel 25:17<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.thorninpaw.com/u/htdocs/thorni/image/PulpVincentJules1.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 298px; height: 303px;" src="http://www.thorninpaw.com/u/htdocs/thorni/image/PulpVincentJules1.jpg" border="0" alt="" /></a><div>The path of the righteous man is beset on all sides by the inequities of the selfish and the tyranny of evil men. Blessed is he who, in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of darkness, for he is truly his brother's keeper and the finder of lost children. </div><div><br /></div><div>And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who attempt to poison and destroy my brothers. And you will know my name is the Lord when I lay my vengeance upon you.</div><div><br /></div><div>Bang. (9x)</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-59281650330070388102011-01-08T23:55:00.002-02:002011-01-11T01:24:57.312-02:00Jacksonville to Monterrey<iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="500" height="350" src="http://www.youtube.com/embed/Vnk8hTTiglY?rel=0" frameborder="0"></iframe><br /><br />I've been to Jacksonville<br />I've been to Monterrey<br />I've felt a mother's love<br />I've seen the colors change<br />I've cried a million tears<br />I've caused a million more<br />I've been to Jacksonville<br /><br />There we were<br />Looking at some country window<br />And although we had our problems, we were fine.<div><br /></div><div>FLOWERS, Brandon - 2010</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-52594117677139166622011-01-07T16:12:00.001-02:002011-01-08T23:56:56.545-02:00Fred e Érica<p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Começou na faculdade. Terminou na faculdade.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Fred estudou Relações Públicas (se é que alguém ‘estuda’ esse assunto). Ele sempre acreditou que era mais uma questão de assimilação do que de estudo - uma busca constante por referências e amigos. Adotou como filosofia a idéia de seu bom companheiro e aspirante a redator publicitário Gabriel Olivetto de que não estava na faculdade para estudar, e sim pra fazer amigos que o puxariam para o sucesso. Muito embora seu sobrenome sugerisse certa importância no mundo da publicidade, Gabriel se lamentava pelo dia fatídico em que a família Olivetto se fragmentou de forma que ele nada tinha de relacionado com um certo Washington.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Érica era do interior. Tinha vindo para Belo Horizonte cursar a faculdade de jornalismo. Mantinha seu cabelo curto e sempre muito brilhante, o que chamava a atenção de quase todos os rapazes da Faculdade de Comunicação da UFMG. Alguns não eram pescados porque preferiam outros rapazes. Outros porque se prendiam em detalhes mais sutis como o pingente subjetivo do colar que ela usava quase que como amuleto ou as unhas lixadas mas nunca pintadas, como as das outras meninas.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Para ele, alguma razão cósmica definida pelo alinhamento de Vênus com Marte no dia de seu nascimento colocou ambos na mesma Faculdade de Comunicação. Para ela, uma coincidência sem muitas explicações espirituais a fez ficar atrás dele na fila do bebedouro em uma tarde quente de agosto. Não tivesse ela se abaixado para amarrar o cadarço do tênis antes de entrar no corredor da faculdade, ou caso ele não tivesse escolhido exatamente naquele dia reverter a ordem do ritual que seguia todo intervalo de aula, no qual ia ao banheiro primeiro e depois ao bebedouro, aquela troca de sorrisos nunca teria existido e, consequentemente, evoluído para a página 242 desse romance. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Isso para Érica. Fred sabia que se não fosse naquele dia, o carma faria sua mágica acontecer em algum outro momento.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Fato é que independentemente das razões, os dois ficaram juntos. E se separaram porque de alguma maneira, tinha Peixes demais no mapa astral dele. E ficaram juntos de novo porque era disso que ela precisava. E se separaram em definitivo porque ele gostava muito mais dela do que ela dele. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Fred amava Érica. Érica admirava Fred. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">E mesmo sabendo disso, Érica gastou um bom tempo da vida dos dois se preocupando com o bem-estar emocional de Frederico. E foi isso que o ajudou a canalizar todo aquele sentimento, primeiro em rancor e depois em indiferença. Por ele, as coisas nunca teriam chegado àquele ponto se ela tivesse sido honesta como ele sempre fora. Supunha que era infinitamente mais fácil lidar com a rejeição do que com a espera. Mas a sincronia não era algo, digamos assim, presente na vida daquele casal. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Assim, Érica manteve Fred bem alimentado com migalhas por um bom tempo.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Ambos se formaram. Ambos conseguiram um emprego. Ambos começaram e terminaram relacionamentos com outras pessoas. E quase 5 anos depois daquela fila para beber água, um não mais pensava no outro. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Érica tinha conhecido a Europa oriental. Fred o Japão. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Ambos viajaram pela América do Sul no mesmo janeiro ouvindo o mesmo Belchior, mas nunca se esbarraram ao acaso em um cassino qualquer de Santiago. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Eis que tantos desencontros convergiram em um só encontro. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">O ano era 2014 e Fred tinha aceitado um convite para ficar no Uruguai trabalhando com a assessoria de imprensa da Celeste Olímpica. O jovem estava absurdamente empolgado com a chance de estar dentro de uma delegação de Copa do Mundo. Aquilo era muito surreal para um rapaz de apenas 24 anos, mas com uma pequena ajuda dos amigos, o convite de fato foi feito pelo presidente da <i style="mso-bidi-font-style: normal">Associción Uruguaya de Fútbol</i>, Sebastián Bauzá. Primeiro Fred ficou intimidado com a responsabilidade, afinal, nem tinha tanta experiência assim com assessoria. Mas depois pensou no jovem Édson, campeão do mundo em 58 com apenas 17 anos, e no craque Philippe Coutinho que iria conduzir a seleção brasileira, favorita e dona da casa, tendo menos idade do que ele próprio.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Os primeiros meses de trabalho passaram voando e Fred assimilou bem suas funções. Tudo corria bem e sem muita polêmica. Acabou ficando bem próximo dos jogadores, sobretudo do capitão Diego Lugano, altamente identificado com a cultura brasileira graças ao tempo que passou jogando pelo <i style="mso-bidi-font-style:normal">“San Pablo”</i> e a convivência com a colônia brazuca que se instalou no seu time, o Fenerbahçe de Istambul. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Então, sem dar muito tempo para Fred se acostumar com a nova vida, maio chegou e a delegação uruguaia já estava devidamente hospedada em um hotel de luxo em BH, onde travaria seu primeiro embate pelo grupo E. A primeira semana de treinamentos passou sem muito alarde: coletivas bem organizadas e nada de entrevistas individuais. Só quando o mês de junho entrou que a proximidade da estréia aumentou o assédio dos jornalistas. Depois de recusar algumas exclusivas, Fred decidiu abrir as portas para o Estado de Minas que estava fazendo um perfil detalhado das seleções que se digladiariam em solo mineiro. O editor chefe ficou de enviar um repórter ao hotel até o fim da manhã. A missão de Fred seria almoçar com o repórter fornecendo detalhes de como jogou a esquadra celeste nas eliminatórias. Depois, concederia uma entrevista exclusiva com o capitão Lugano e o eleito melhor jogador da última copa, Diego Forlán. Sem muito mistério.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Às 11:00 horas, Fred já esperava no lobby do hotel. Foram-se 15 minutos e nada. Meia hora e nada. Os demais integrantes da delegação que por ali passavam já começavam a comentar sobre o descaso do jornal. Quando já se preparava para voltar pro campo de treino, Fred viu a van do EM estacionar em frente à porta de entrada. Pôs-se de pé e ensaiou sua melhor cara de bravo. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Grande bobagem. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">A feição séria foi quebrada como uma vidraça atingida por um bastão de <i style="mso-bidi-font-style: normal">baseball </i>errante no momento em que Fred viu os integrantes da equipe descerem apressados do veículo. Vieram caminhando um fotógrafo, um assistente de produção e uma repórter: morena de cabelos curtos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Fred engoliu em seco e chegou a temer um travamento de fala que felizmente não aconteceu, de modo que ele pôde responder o cumprimento da jornalista.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">- Bom dia pra você também Érica.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">As falas foram seguidas por um abraço meio sem-graça e por pedidos de desculpas pelo atraso proferidos pelo restante da equipe do jornal. Pedidos esses ignorados pelo estado estupefato de Fred. Tudo que ele conseguiu fazer foi dizer:</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">- Bom, o almoço já está servido. Se vocês puderem me acompanhar até o restaurante, nós podemos começar a entrevista.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Os 4 caminharam em silêncio e entraram no elevador no canto sul do saguão. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;tab-stops:0cm">Tocava uma versão instrumental de Garota de Ipanema no sistema de som.</p>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-25225788115226719962011-01-06T19:30:00.004-02:002011-01-11T01:26:39.023-02:00To Be Continued Tales #1Rodrigo tinha juntado as economias dos três últimos meses para comprar o anel de ouro-branco incrustado com safiras. As custas de muito suor, ele finalmente tinha o necessário para fazer a esperada proposta a Rayssa. A galera do escritório não compreendia: diziam que não valia a pena. Mas ele estava mais do que decidido.<div><br /></div><div>Desceu do carro, tocou a campainha e aguardou. Rayssa apareceu radiante na sacada vestindo apenas uma camisola e o tradicional par de óculos escuros de marca italiana, e avisou que já estava indo abrir o portão. Já dentro da casa, ela lhe ofereceu um café, mas Rodrigo a interrompeu decido e mostrou o anel. Rayssa sorriu e perguntou se as safiras eram mesmo legítimas. Ele assegurou que sim. Ela então mudou o semblante de risonha para algo entre o intrigado e o tenso e avisou:</div><div><br /></div><div>- Pode deixar aí em cima da mesa enquanto eu vou buscar a mercadoria pra gente fazer a troca.</div><div><br /></div><div>Rayssa saiu do cômodo caminhando lentamente e acendendo um cigarro. Rodrigo ficou em pé, a sua espera.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-350774363725568284.post-34816981857629264522010-12-31T11:53:00.001-02:002010-12-31T19:59:35.691-02:00Equação<div>...Mas se você estiver feliz pela metade, eu estou feliz por um quarto. Você tem que ser feliz por inteiro de modo que eu possa ser feliz, pelo menos, pela metade.</div>Arthurhttp://www.blogger.com/profile/13505450913806714018noreply@blogger.com1