Mostrando postagens com marcador crônicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crônicas. Mostrar todas as postagens
0

Testamento

Posted by Arthur on 10:22 in
Deixo aqui expressa a minha vontade de que nenhum dos meus bens seja transmitido a nenhum parente, amigo ou interesseiro. Levo tudo que é meu por direito dessa vida para além.

Minha falta de confiança e de certeza, cunhadas com muito esforço por todas as vezes em que fui julgado certo e confiante demais. Também meus medos e aflições, e meus sonhos e aspirações, estes trancafiados em um baú de coisas que não importam nas canções. Não vou deixar pra trás nem minha racionalidade, tão racionada ao longo da curta vida.

Tudo o que eu conquistei não há de ser deixado para ser mal aproveitado por nenhum de vocês. Saio assim da vida para entrar no esquecimento, que é a história da escória.

Aos parentes, peço que entendam.
Aos amigos, peço que entendam.
E a você, meu amor, não peço nada não.

0

Meus pensamentos avulsos em 20 de janeiro de 2012.

Posted by Arthur on 23:23 in , , , ,
A internet: como explicá-la?

Como é a maneira certa de utilizar essa ferramenta? Como ela deve ser legislada de modo a não desrespeitar leis e convenções que vão desde o recentemente famigerado direito autoral à pedofilia e perseguição de assassinos de yorkshire? Quem deve decidir se o fato da Luiza ter ou não voltado do Canadá é digno de ampla propagação? Até onde um compartilhamento do Facebook pode tirar manifestantes do Occupy Wall Street da cadeia ou fazer o governo paulista retirar as tropas da PM dos campi da USP?

Quando foi que um grupo anônimo e mascarado passou a ter o apoio incondicional da classe média padrão, sempre "tão preocupada" com as questões pertinentes na sua timeline? Nessa enfadonha "3° guerra mundial", de que lado devemos ficar? Qual é o nosso papel nessas batalhas? Devemos ficar nas trincheiras, observando e formando senso crítico apenas? Devemos ir para o campo de batalha? Ou ainda, devemos ser reles munição, bucha de canhão que apoia um grupo de super-heróis virtuais, de vigilantes mascarados, numa alegoria perfeita dos personagens da Marvel ou DC, relida em pleno século XXI?

Eu não trago respostas porque não as tenho. Nem eu, nem você, nem o congresso norte-americano, nem o Carlos Nascimento, nem os artistas contra-usina de Belo Monte, nem o 'cara do Megaupload', nem o Anonymous, nem o Guy Fawkes, nem o 'cara do Wikileaks', nem, é claro, a Luiza que está no Canadá e nem ninguém! Somos todos semelhantes e o que faz alguns de nós termos menos poder do que os outros é a burrice instaurada pelo estado de histeria coletiva cada vez mais presente nas redes sociais, e que alguns sabem controlar muito bem.

Eu entendo que todos tentem o que julgam melhor dentro da sua própria esfera de poder, mas sendo o anarco-socialismo o estado utópico e ideal da sociedade contemporânea, a internet não funciona como um laboratório perfeito para isso? Um ambiente até então, pelo menos, sem líderes, sem censura, onde todos têm relativamente a mesma capacidade de propagação de ideias, onde em tese não precisaríamos de um grupo cracker criminoso para nos defender da própria justiça... Talvez ela sirva para entendermos como essa sociedade funcionaria, de modo que esse estado deixaria de ser tão utópico assim, certo?

Por hora, deixemos os Anonymous trabalharem, deixemos as Luizas irem e virem de onde quer que estejam, deixemos o BBB 12 acontecer e ser discutido, deixemos os memes viralizarem e depois desaparecerem (como todo bom vírus) e utilizemos a internet cada um à nosso própria maneira. Eu, por exemplo, me limito a tentar ver tudo o que acontece resistindo para não comentar nada, assim não entrando numa dessas batalhas sem fim que eu acompanho por aí. Assim, me parece mais seguro. Assim eu não perco a razão.



0

Fake Plastic Friends

Posted by Arthur on 19:35 in , ,
Amigos de mentira - não me referindo a amigos falsos ou amizades por interesse. Estou falando de pessoas de mentira mesmo. Personas incorporadas em avatares de carne e osso cujas personalidades e ideologias estão muito bem salvas em discos rígidos e contas virtuais. Essa síndrome de internet e redes sociais acomete tanta gente que eu me pergunto aqui, numa paradoxal forma de catarse: é realmente válido tentar ir contra essa tendência onde os profiles compensam o fracasso de suas relações sociais, profissionais e amorosas com uma imagem bem construída perante à comunidade virtual?

Essa geração 'ípslon' que cresceu com esses preceitos fundamentais de popularidade e 'coolness' virtual em detrimento de qualquer outro valor me parece ser um caminho sem volta. O jeito é evitar desapontamentos com as reais personalidades das pessoas se mantendo em casa no twitter ao invés de tentar a sorte lá fora nessa versão moderna do que era a assustadora selva pré-histórica. Os perigos da decepção não podem ser arcados por esses personagens tão seguros em suas poltronas ortopédicas munidos de seus smartphones e laptops de última geração.

É contrato social. Todo mundo sempre tentou passar alguma aparência pra conseguir algum status. Não foi o Marck Zuckerberg quem inventou essa relação bacana. Mas é inegável o quanto as redes sociais e afins fortificam essa experiência de Marketing Pessoal. Self-Branding. É uma lição mais valorosa do que qualquer disciplina de comunicação pode te dar! Cada indivíduo presente no facebook (ou_insira_aqui_a_rede_social_da_moda) cria uma marca a ser defendida sobre todas as coisas. Esse é quem você é. Esse é quem você se tornou. Arthur Moraes

O virtual agora é o real. Não existe Matrix. Não existe Zion.

Não parem de ser assim. Continuem sendo na vida real quem vocês são no mundo virtual acima de qualquer coisa. Acima até mesmo de quem vocês são por essência.

1

Crise

Posted by Arthur on 14:14 in
Quando você não consegue pisar no freio a tempo.
Quando você não consegue performar uma manobra evasiva.
Quando você não consegue mais fazer a curva e sair pela tangente torna-se a única opção.

Quando o peso da água sob seus ombros faz sua estrutura óssea desmoronar.
Quando as vozes amigas parecem grunhidos ouvidos por quem está no fundo da piscina.
Quando o espectro de luz vindo da superfície se mistura à escuridão de todo o resto do caminho.

Quando os gritos revolucionários não te fazem mais tanto sentido quanto faziam no ensino médio.
Quando as coisas pequenas se tornarem os grandes potes de ouro no final dos arco-íris que são seus relacionamentos, feitos, carreira.
Quando as listras coloridas desses arco-íris forem apenas tons de uma paleta cinza.

Quando sua mochila estiver carregada e pesada demais para você conseguir viajar pela europa.
Quando todas as suas ideias parecerem um remix.
Quando todas as ideias do mundo parecerem um remix.

Quando você não conseguir buscar inspiração para responder ao menos 3 "eu te amo" diários.
Quando nem pelas coisas com as quais outrora você sonhava, não conseguir fechar o laptop e levantar-se do sofá.
Quando você estiver cansado de ser pego no emaranhado das vidas das outras pessoas.

Quando você não tiver ideias de livros para escrever, filhos para criar ou mudas de árvore para plantar.

Copyright © 2009 O Menestrel Mudo All rights reserved. Theme by Laptop Geek. | Bloggerized by FalconHive.